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O mercado financeiro segue em constante transformação, impulsionado por inovações tecnológicas e novas demandas sociais, e 2025 promete consolidar tendências que já começaram a se desenhar. Segundo Paulo Saad, sócio e assessor da WFlow Investimentos, o próximo ano trará um aumento na conscientização sobre educação financeira, enquanto investimentos em renda fixa, ativos alternativos e critérios ESG (ambientais, sociais e de governança) estarão em alta.
A busca por diversificação continuará ganhando força, com maior interesse em criptomoedas, ativos digitais e até investimentos em arte e colecionáveis, especialmente como proteção contra a volatilidade do mercado tradicional. “A demanda por investimentos que consideram critérios ESG seguirá crescendo, enquanto ativos alternativos e Private Equity podem se destacar. Criptomoedas continuarão atraindo investidores que buscam novas oportunidades de rendimento”, explica Saad.
No cenário brasileiro, a renda fixa deve continuar como protagonista, sendo amplamente adotada tanto por investidores conservadores quanto pelos que assumem maior risco. Títulos pós-fixados e atrelados ao IPCA+ estão entre os preferidos, devido aos níveis atrativos das taxas atuais. Na renda variável, enquanto o mercado brasileiro oferece boas avaliações, ainda faltam gatilhos que incentivem maior exposição. Já no mercado global, o cenário macroeconômico favorável e o desempenho consistente das empresas sustentam perspectivas de crescimento, reforçando a importância da diversificação no longo prazo.
A recente alta na taxa Selic, de 11,25% para 12,25% ao ano, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), também traz implicações significativas para o mercado. Saad avalia que o ajuste é uma resposta direta à alta inflação e à desvalorização do real. “Com a inflação acima do limite da meta e a falta de um plano fiscal robusto, o Banco Central adota uma postura mais agressiva. O movimento visa estabilizar a economia e conter a pressão inflacionária, mas também pode indicar novos aumentos no curto prazo”, analisa.
O cenário global, incluindo economias como EUA e China, influencia diretamente o Brasil. A elevação dos juros impacta tanto o dólar quanto a atratividade de investimentos em mercados emergentes. Para Saad, 2025 será um ano de oportunidades, mas também de cautela, com atenção redobrada aos movimentos do mercado e às decisões do Banco Central.