ETFs de renda fixa e internacionais são as apostas dos mais ricos
Levantamento da Smartbrain mostrou que renda fixa continua tendo a maior participação na carteira dos investidores

Apesar do desempenho positivo da bolsa brasileira em janeiro, os investidores seguem adotando uma postura conservadora em seus portfólios. A sinalização do Banco Central de um novo aumento de 1 ponto percentual na taxa Selic reforçou a preferência por aplicações de renda fixa, que continuam a dominar as carteiras dos investidores de alta renda, conforme revela o mais recente levantamento da Smartbrain. O estudo, que analisa diariamente mais de 340 mil extratos de investimentos, totalizando um patrimônio superior a R$ 250 bilhões, aponta que os fundos de índices (ETFs), tanto de renda fixa quanto internacionais, foram os ativos mais buscados no início do ano.

A pesquisa classifica os investidores em quatro categorias: varejo (com patrimônio entre R$ 50 mil e R$ 300 mil), alta renda (de R$ 300 mil a R$ 3 milhões), private (de R$ 3 milhões a R$ 50 milhões) e ultra high (acima de R$ 50 milhões). Independentemente do nível patrimonial, a renda fixa permaneceu como a principal escolha, representando 47,98% das carteiras em janeiro, um leve crescimento em relação aos 47,55% registrados em dezembro.

Os fundos multimercados aparecem em segundo lugar, com 29,75% das carteiras, seguidos pelos produtos de previdência, que subiram de 7,96% para 8,20%. Já as ações, mesmo com a valorização do Ibovespa, perderam espaço, caindo de 8,12% para 7,76%. Os fundos imobiliários também recuaram, de 2,26% para 1,78%, enquanto a categoria "outros", que inclui criptomoedas, aumentou de 4,25% para 4,53%.

ETFs lideram preferências, com destaque para renda fixa e mercados globais

A lista dos ativos mais procurados em janeiro foi encabeçada por ETFs, refletindo a busca dos investidores por segurança e diversificação. O B5P211, que acompanha o índice IMA-B5 P2, composto por títulos públicos atrelados à inflação com prazo inferior a cinco anos, foi o mais popular. Outro ETF de renda fixa que ganhou destaque foi o DEBB11, que replica o Índice Teva Debêntures DI.

Além desses, outros ETFs chamaram a atenção, como o DIVO11, que segue o IDIV, índice das empresas que mais pagam dividendos na B3; o WRLD11, que replica o FTSE Global All Cap, acompanhando mais de 9 mil empresas globais; o IVVB11, que espelha o S&P 500, principal índice da bolsa americana; e o HASH11, que reflete o desempenho de uma carteira teórica de criptoativos do Nasdaq.

Apesar do predomínio dos ETFs, duas ações brasileiras também figuraram entre as favoritas: Itaúsa (ITSA4) e Banco do Brasil (BBAS3). Ambas são reconhecidas por sua estabilidade, especialmente em momentos de volatilidade do mercado, o que as torna opções atraentes para investidores mais conservadores.

Completando a lista, o BDR da Nvidia, empresa líder na fabricação de chips, também ganhou espaço, refletindo o interesse por ativos internacionais mesmo em um cenário de cautela predominante.

Cenário de incertezas mantém investidores em alerta

A combinação entre a expectativa de novos aumentos na Selic e a volatilidade global tem levado os investidores a priorizar ativos mais seguros e menos expostos a flutuações bruscas. Enquanto a renda fixa e os ETFs continuam a ser as estrelas das carteiras, a redução no interesse por ações e fundos imobiliários sugere que a cautela deve persistir nos próximos meses, especialmente diante de um cenário econômico ainda cheio de incertezas.

Ações favoritas dos mais ricos em janeiro

Colocação Ativo Rentabilidade no Mês Rentabilidade no Ano Rentabilidade em 12 Meses
1 B5P211 1,92 1,92 6,49
2 BBAS3 14,52 14,52 6,55
3 DIVO11 3,23 3,23 4,59
4 WRLD11 -2,76 -2,76 40,39
5 DEBB11 1,33 1,33 11,21
6 ITSA4 7,93 7,93 6,18
7 BBDC4 7,05 7,05 -15,20
8 IVVB11 -3,32 -3,32 48,33
9 HASH11 2,37 2,37 161,19
10 NVDC34 -17,75 -17,75 129,57

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