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A Ágora Investimentos realizou ajustes em sua carteira recomendada de ações para o início de 2025, visando se adaptar ao cenário de alta da taxa básica de juros (Selic). As mudanças incluem a retirada das units do BTG Pactual (BPAC11) e das ações de Localiza (RENT3), que, segundo os analistas, podem ser menos beneficiadas nesse novo ciclo monetário.
No caso do BTG Pactual, a casa de análises aponta que o aumento da Selic pode limitar novas emissões de dívidas e follow-ons (ofertas de ações), enquanto o segmento de Sales & Trading enfrenta desafios devido à maior atratividade da renda fixa. Em contrapartida, para substituir as exclusões, Itaú Unibanco (ITUB4) e Suzano (SUZB3) passam a integrar o portfólio, ao lado de Eletrobras (ELET6), Cyrela (CYRE3), EcoRodovias (ECOR3), JBS (JBSS3), Petrobras (PETR4), Sabesp (SBSP3), Vivo (VIVT3) e Vale (VALE3).
O desempenho da carteira em dezembro, até o dia 26, registrou uma queda de 6,6%, superando o recuo de 3,7% do Ibovespa no mesmo período. Apesar disso, os analistas acreditam que as novas adições possuem fundamentos sólidos para gerar retornos consistentes em 2025.
Sobre o Itaú Unibanco, a equipe da Ágora destaca a expectativa de menores ruídos regulatórios e uma posição de capital robusta até o final de 2024, fatores que devem permitir ao banco distribuir entre R$ 12,7 bilhões e R$ 20,8 bilhões em dividendos extraordinários no quarto trimestre. Isso pode representar de 0,9 a 1,5 ponto percentual de capital em pagamentos de dividendos, reforçando sua atratividade.
Já em relação à Suzano, a análise aponta que a empresa está bem-posicionada para aproveitar tanto seus ativos existentes quanto novas oportunidades de crescimento, mesmo diante de um mercado de celulose com mensagens mais cautelosas para os próximos anos. A combinação de maiores volumes, queda nos custos e um real mais fraco deve resultar em uma geração de caixa significativa em 2025. Além disso, os analistas veem com bons olhos a postura conservadora da administração, que descarta grandes fusões ou aquisições nos próximos anos, priorizando a desalavancagem financeira.