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O Comitê de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (18) reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual. Com essa decisão, a taxa passa a oscilar entre 4,75% e 5,00%. O corte foi maior do que o esperado pela maioria dos economistas, que previa uma redução menos intensa.
A única voz dissonante na votação do comitê foi a diretora Michelle W. Bowman, que preferiu uma redução de 25 pontos-base. Segundo a Bloomberg, este é o primeiro voto dissidente de um governador do Fed desde 2005.
O Federal Reserve havia elevado as taxas de juros 11 vezes desde o início de 2022 para combater a inflação, mantendo as taxas em níveis elevados desde julho do ano passado. No entanto, o corte atual reflete uma nova confiança do banco central de que a inflação está caminhando de forma sustentável em direção à meta de 2%.
Perspectivas econômicas e futuras reduções
Em seu comunicado, o FOMC afirmou que os riscos para o cumprimento de suas metas de inflação e emprego estão equilibrados, mas ressaltou que as perspectivas econômicas permanecem incertas, exigindo vigilância sobre os riscos para ambos os lados de seu duplo mandato.
Na atualização trimestral de projeções, os diretores do Fed preveem mais uma redução de meio ponto percentual até o final deste ano, seguida por uma redução de um ponto percentual em 2025 e mais meio ponto percentual em 2026, para que a taxa de referência chegue a uma faixa entre 2,75% e 3,00%.
O comitê também destacou que continuará monitorando as informações econômicas recebidas e se manterá preparado para ajustar sua postura monetária caso surjam novos riscos que possam comprometer o alcance de seus objetivos. As avaliações do comitê levam em conta uma ampla gama de fatores, como as condições do mercado de trabalho, as pressões inflacionárias e o cenário internacional.
A taxa final reflete uma leve elevação da meta de longo prazo, de 2,8% para 2,9%, o que o Fed considera uma postura “neutra” – ou seja, que não estimula nem desincentiva a atividade econômica.
Com essa decisão, o Federal Reserve sinaliza que está buscando um equilíbrio delicado entre sustentar o crescimento econômico e garantir que a inflação continue em uma trajetória controlada.