Bancos privados disparam na Bolsa e somam R$ 44 bilhões em valor
Perspectivas de investidores é de bons resultados para o trio Bradesco, Itaú Unibanco e Santander

Os três maiores bancos privados do Brasil — Itaú Unibanco, Bradesco e Santander — ganharam juntos R$ 43,9 bilhões em valor de mercado após divulgarem seus balanços do primeiro trimestre. O salto veio como resposta direta do mercado aos lucros acima do esperado e à sinalização de que, mesmo com um cenário econômico mais fraco à frente, as instituições estão em boa forma.

No Bradesco, o efeito foi ainda mais visível. O lucro líquido superou as projeções em 8% e a rentabilidade atingiu 14,4%, um ponto percentual acima do previsto. Com isso, o Bank of America elevou sua recomendação para as ações preferenciais do banco de “neutra” para “compra” e subiu o preço-alvo de R$ 14 para R$ 17. Para os analistas, o banco ainda está barato — e o plano de reestruturação iniciado há um ano começa a mostrar resultado concreto.

O BB Investimentos também mudou de tom. Após manter uma postura neutra desde 2022, passou a recomendar a compra dos papéis. Segundo o analista Rafael Reis, os números do trimestre marcam uma virada consistente, semelhante à que o Santander mostrou no terceiro trimestre do ano passado.

Falando no Santander, embora o balanço tenha sido afetado por novas regras contábeis (Resolução 4.966 do CMN), o mercado vê um ciclo positivo se formando. Para Gustavo Schroden, do Citi, há uma tendência clara de melhora na rentabilidade — e isso é o que importa no médio prazo.

No caso do Itaú, que já negocia com múltiplos mais altos, o desempenho no trimestre reforçou a expectativa de revisões para cima nas projeções de lucro. A leitura do BTG Pactual é que o banco continua sendo uma escolha sólida: forte geração de resultados, ativos de qualidade e balanço saudável compensam o valor “premium” de suas ações.

Além dos bons números, os três bancos têm mostrado prudência: seguem crescendo no crédito, mas de forma seletiva — priorizando operações com garantias e clientes mais resistentes a oscilações da economia. Essa postura cautelosa, aliada ao lucro robusto, deu ao mercado a confiança que faltava para retomar apostas mais firmes no setor.

Com lucros que surpreenderam e estratégias mais sólidas, Itaú, Bradesco e Santander mostram que ainda têm muito fôlego — e os investidores já estão se posicionando para o que vem pela frente.

redacao
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