Brasil bate recorde em produção de energia solar
Matriz energética já é a segunda principal do país, com pico de geração registrado em 18 de setembro

energia solar no Brasil já é a segunda principal matriz energética do país – ficando atrás apenas da energia hidrelétrica – e vem batendo recordes consecutivos de produção.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) registrou, entre os dias 1° de agosto e 18 de setembro, 35 marcas inéditas na geração solar fotovoltaica. Os índices foram apontados no Sistema Interligado Nacional (SIN) e nos subsistemas Nordeste e Sudeste.

De acordo com o SIN, o recorde de geração de energia instantânea atingiu seu pico no dia 18 de setembro, às 12h30, com 22.810 MW (megawatt, unidade de medida de energia que equivale a um milhão de watts), o que equivale a 27% da demanda de todo o país.

Já a média da geração instantânea de energia solar registrou a maior medição no dia 11 de setembro, com 7.434 MW médios, ou 10% da demanda. Isso significa que um décimo de toda a necessidade de carga daquele dia foi atendido pela energia solar.

Para Bárbara Rubim, vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), além de ser uma fonte sem emissão de poluentes, a energia solar fomenta a economia brasileira.

“A energia solar tem uma enorme importância para a retomada da economia brasileira voltada no pilar de desenvolvimento sustentável. Hoje, é uma das fontes mais limpas, sem emissão de carbono associada a produção de carbono após a instalação da usina. É uma fonte democrática, já que o país inteiro tem recurso para receber a instalação dos sistemas fotovoltaicos. E é uma fonte que auxilia no desenvolvimento social com a geração de emprego.”

Os trabalhos gerados com a energia solar fazem parte de toda a produção do sistema fotovoltaico como produção das placas solares, instalação das usinas, operação e manutenção dos equipamentos.

A atual capacidade instalada de energia solar no Brasil é de 33 gigawatts, o que corresponde a 15% de toda a energia instalada no Brasil.

A energia solar é produzida de duas maneiras:

  • Geração centralizada: realizada por usinas de grande porte;
  • Geração distribuída: quando a energia elétrica é gerada no local do consumo ou perto do local em pequenas quantidades.

Oportunidades e desafios

Apesar de o Brasil ser um país tropical e que tem incidência de raios solares em todo o seu território na maior parte do ano, ele fica na oitava posição dos maiores produtores de energia solar do mundo.

A China é a maior produtora de energia solar do mundo, com maior capacidade instalada, seguida dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, Índia e Austrália.

Por estar localizado próximo à Linha do Equador, uma região de alta incidência solar, o país conta com um cenário extremamente favorável para a geração energética a partir da energia solar. Além disso, é abundante em silício, matéria-prima usada para fabricação das células fotovoltaicas.

“A área do Brasil com menor incidência solar, que é o Sul do país, como em Santa Catarina, ainda é cinco vezes melhor do que o melhor lugar na Alemanha. O Brasil é muito privilegiado, por isso, no caso da fotovoltaica, não há concentração por estado muito grande”.

Mas mesmo com o clima favorável, o Brasil ainda enfrenta grandes desafios para conquistar a liderança da produção dessa energia limpa, entre eles dois se destacam:

  • Políticas públicas
  • Financiamento de energia solar

“É preciso ter uma previsibilidade de políticas públicas no caso da geração centralizada, que é a geração de maior porte, porque essas usinas são construídas a partir do anúncio do governo que vai realizar leilões para a compra de energia. Na geração distribuída, o maior desafio é de financiabilidade”, ressalta Bárbara Rubim.

Em sua avaliação, o investidor e o empreendedor devem ter conhecimento das datas em que vão ocorrer os leilões nas usinas para participarem dos certames.

Atualmente, há mais de 70 linhas de financiamento para a instalação de energia solar no país, mas com os juros altos, há dificuldade na concessão de crédito para o consumidor.

O que é energia solar?

A energia solar é uma fonte de energia sustentável, não poluente e renovável, proveniente da luz e do calor do sol, com o auxílio de placas fotovoltaicas, ou térmicas, em que a energia proveniente do sol é transformada em calor, aquecendo, principalmente, a água de residências, hotéis e clubes.

Entre 2012 e 2023, a energia solar produzida evitou a emissão de 42,3 milhões de toneladas de CO2 (dióxido de carbono). Nesse período, foram produzidos 33,7 mil GW (gigawatts) produzidos em todo o país.

Como a energia solar é produzida?

Os painéis solares (chamados de módulos fotovoltaicos) captam a luz do sol durante o dia e geram a energia. Em seguida, a energia é transportada até o inversor solar, que converte a energia elétrica gerada para as características da rede elétrica.

Após passar pelo inversor, a energia pode ser utilizada nos aparelhos elétricos do imóvel. Se não for utilizada toda energia produzida, o excedente é lançado na rede de eletricidade e gera crédito energético.

Geração distribuída

Na geração distribuída, gerada em pequenas quantidades com sistemas de microgeração (até 75 quilowatts) e minigeração (acima de 75 KW e até 5 MW) distribuída em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos, 99,97% de todas as conexões são da fonte solar fotovoltaica.

O número de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede passa de 2,1 milhões. E o número de unidades consumidoras (3,33% do total) recebe créditos pelo sistema de compensação de energia elétrica.

Na geração distribuída, quando a residência ou comércio gera a própria energia, a redução na conta de luz chega até 80%, com crédito ou desconto na conta do excedente de energia fabricado. Em 5 anos, o valor do investimento para implantação do sistema é recuperado.

Geração centralizada

Já no caso da geração centralizada, que reúne as usinas solares fotovoltaicas outorgadas no mercado regulado e livre, Minas Gerais é o maior estado produtor, com potência de 42,4 GW, seguido da Bahia, com 24,8 GW, e Piauí, que tem 18,3 GW instalados.

“São estados que a gente tem uma excelente radiação e uma disponibilidade de área também a um custo mais acessível para o investidor fazer a aquisição ou arrendamento e desenvolver a sua usina”, explica Bárbara sobre os maiores estados produtores.


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