Acordos brasileiros garantem doses para que 75% da população brasileira esteja imunizada nos próximos meses

Considerando a capacidade de produção local de vacinas e os contratos já firmados com farmacêuticas ao redor do mundo, o Brasil deve atingir a imunidade de rebanho contra a covid-19 em outubro deste ano, dois meses após os Estados Unidos e quase ao mesmo tempo que Japão e União Europeia. Em todo o continente sul-americano, a imunidade de rebanho deve chegar apenas em março de 2022.

Termo polêmico nos primeiros meses de pandemia, imunidade de rebanho é quando boa parte de uma população já foi vacinada e desenvolveu anticorpos contra o vírus, reduzindo seu potencial de transmissão e circulação. Neste levantamento, essa parcela da população seria de 75% – cerca de 158 milhões dos 211 milhões de brasileiros. Os dados foram compilados pela empresa britânica de análise de dados Airfinity, e cedidos à Exame com exclusividade.

Se a realidade seguir fielmente as previsões matemáticas, os países líderes na corrida mundial das vacinas atingirão o mesmo patamar de vacinação ainda no primeiro semestre: Israel, que já vacinou 30% da sua população, deve alcançar os 75% no final de abril; o Canadá, em junho, o Reino Unido em julho e os EUA em agosto. As estimativas não levam em conta possíveis fraquezas das vacinas em relação a novas mutações do vírus, que já preocupam cientistas e farmacêuticas.

Mais vacinas a caminho

Com a recente decisão da Anvisa, que permite a aprovação de uso emergencial das vacinas no Brasil sem que os laboratórios tenham que conduzir estudos de fase 3 localmente, outros fabricantes que não a Sinovac/Butantan e a Astrazeneca/Fiocruz também devem fornecer vacinas ao país. Nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro deve se reunir com o ministro da saúde, General Pazuello, para bater o martelo sobre a compra da vacina russa Sputnik V, que será fabricada localmente pela União Química assim que a Anvisa der o aval.

Cerca de 33 milhões de doses da vacina Covaxin, desenvolvida pela indiana Bharat Biotech, também podem chegar ao Brasil por intermédio do setor privado. O governo federal apoiou as negociações mas, em seguida, o próprio laboratório e o fundo de investimento que o controla negaram as tratativas. O assunto ainda é controverso pois, segundo a própria OMS, com descentralização da distribuição das doses disponíveis, as vacinas não necessariamente chegarão primeiro àqueles que mais precisam, retardando o desafogamento dos sistemas de saúde e a recuperação econômica.

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