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O presidente Donald Trump deu mais um passo na escalada da guerra comercial ao anunciar, na noite de ontem, novos requisitos de licenciamento para exportações de chips, afetando diretamente grandes fabricantes como Nvidia e AMD. Entre os produtos incluídos nas restrições estão o chip H20 de inteligência artificial da Nvidia, o MI308 da AMD e modelos equivalentes.
Segundo autoridades da Casa Branca, as novas regras buscam evitar que componentes sensíveis sejam utilizados ou desviados para supercomputadores na China, acirrando ainda mais as tensões tecnológicas entre as duas maiores economias do mundo.
A reação do mercado foi imediata. A Nvidia informou que pode enfrentar encargos de até US$ 5,5 bilhões relacionados a estoques, compromissos de compra e reservas impactadas pelas novas licenças. No after market, as ações da empresa despencaram mais de 6%, e seguem em queda de 5,76% nesta manhã.
A medida ocorre apenas um dia após a própria Nvidia anunciar planos de investir até US$ 500 bilhões em infraestrutura de IA nos Estados Unidos nos próximos quatro anos, num esforço para consolidar sua liderança no setor.
O clima de aversão ao risco se espalhou pelas bolsas. Os mercados asiáticos fecharam em queda, e as bolsas europeias e os futuros de Wall Street também operam no vermelho. Além das tensões comerciais, investidores monitoram a divulgação de indicadores econômicos globais, como o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro, bem como os dados de vendas no varejo e produção industrial nos EUA.
Na China, os dados vieram acima do esperado: o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 5,4% no 1º trimestre, enquanto a produção industrial avançou 7,7% e as vendas no varejo subiram 5,9% em março. Ainda hoje, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursa no Economic Club of Chicago, e sua fala pode influenciar os mercados.