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O Bitcoin (BTC), maior criptomoeda do mundo, registrou uma queda de mais de 10% desde o recorde histórico alcançado no início desta semana, em meio à revisão das expectativas de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, o que impactou diretamente o apetite especulativo dos investidores. Após atingir uma máxima de US$ 108 mil, o BTC recuou para US$ 95.234 por volta das 6h desta sexta-feira (20). A correção também afetou outras criptomoedas, como Ethereum (ETH) e Dogecoin (DOGE).
Essa realização de lucros foi amplificada na quinta-feira (19), quando fundos de índice negociados em bolsa (ETFs) que investem diretamente em Bitcoin registraram uma saída líquida recorde de US$ 680 milhões, segundo dados da Bloomberg. Isso interrompeu uma sequência de 15 dias consecutivos de entradas no mercado.
Especialistas apontam que tal movimento não é incomum em ciclos de alta. Strahinja Savic, da FRNT Financial, afirmou que “correções como essa são típicas em mercados em alta.” Já a QCP Capital destacou em nota que a recente queda foi impulsionada pelo excesso de otimismo por parte dos investidores.
Outro fator de pressão foi a postura mais rígida (hawkish) do Federal Reserve, que, na quarta-feira (18), sinalizou uma abordagem menos flexível para cortes de juros em 2025, prejudicando a performance de ativos de risco. Apesar disso, o Bitcoin ainda acumula alta de quase 50% desde a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, no início de novembro.
Para Edward Chin, da Parataxis, a queda reflete um movimento natural de realização de lucros típico de fim de ano, sem que haja um evento fundamental que explique a liquidação. Chris Weston, chefe de pesquisa do Pepperstone Group, reforça que “tecnicamente, o momento é de cautela no curto prazo, já que o impulso claramente perdeu força e os compradores perderam o controle sobre os preços.”
Com a perspectiva de menos cortes de juros pelo Fed em 2025, investidores podem estar ajustando suas posições e garantindo os lucros obtidos durante o rali recente. Embora não haja sinais de um colapso iminente, o cenário sugere um momento de pausa no mercado de criptomoedas.