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O setor de previdência privada aberta começou 2025 sob pressão. No primeiro trimestre do ano, os aportes somaram 44,9 bilhões de reais, queda de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Fenaprevi, a federação que representa o setor.
Enquanto os investimentos recuaram, os resgates seguiram em alta. Foram retirados 39,1 bilhões de reais, um crescimento de 24,2% na comparação anual. A Fenaprevi aponta que a elevação dos saques acompanha o clima de incerteza econômica que se intensificou desde o fim de 2024.
A combinação entre menos entradas e mais retiradas derrubou a captação líquida do setor, que fechou o trimestre em 5,7 bilhões de reais — uma retração de 63,3% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
Mesmo com a desaceleração, os ativos sob gestão do segmento atingiram 1,6 trilhão de reais até o fim de março, valor equivalente a 13,5% do Produto Interno Bruto brasileiro.
O plano VGBL continua sendo o mais procurado, responsável por 92,5% da arrecadação no trimestre. O PGBL representou 6%, enquanto os planos tradicionais responderam por apenas 1,5%.
Entre os 13,6 milhões de planos ativos no país, o VGBL lidera com 62% do total, seguido pelo PGBL com 23% e pelos tradicionais com 15%. O número de pessoas com algum tipo de previdência privada aberta chegou a 11,2 milhões, o que representa cerca de 7% da população brasileira adulta.
Desse total, 9 milhões mantêm planos individuais e 2,3 milhões participam de planos coletivos. A grande maioria ainda está acumulando recursos: 99,4% dos participantes seguem nessa fase, enquanto apenas 0,6% já começou a receber os benefícios contratados. O dado mostra que, apesar da queda recente, o setor continua com alto potencial de crescimento no longo prazo.