Renda maior puxa 3ª alta consecutiva no varejo
A expectativa para o restante de 2025 é de moderação no ritmo de crescimento, diante da redução de estímulos e das condições financeiras mais apertadas

As vendas no varejo subiram 0,8% em março, com destaque para alimentos, vestuário e produtos farmacêuticos, marcando o terceiro mês seguido de alta. No varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, o crescimento foi de 1,9%. Analistas apontam que a renda em alta, o desemprego baixo e estímulos ao consumo sustentam esse desempenho, apesar de uma esperada desaceleração gradual ao longo de 2025.

Segundo a XP, o consumo das famílias segue resiliente, mesmo com inflação elevada e política monetária restritiva, devido à força do mercado de trabalho e medidas governamentais. A Suno Research e outros analistas reforçam que o avanço das vendas também reflete a recuperação da indústria e dos serviços, e que o impacto dos juros altos deve ser parcialmente compensado por políticas de estímulo e crédito.

O Goldman Sachs destacou crescimento em 8 dos 10 setores avaliados, com alta expressiva em livros e jornais, e retração apenas em combustíveis (-2,1%) e móveis/eletrodomésticos (-0,4%). Os dados indicam melhora em segmentos ligados à renda e crédito, como alimentos e vestuário.

No acumulado do trimestre, o varejo ampliado cresceu 1,6%, puxado por veículos (+1,7%) e materiais de construção (+0,6%). A expectativa para o restante de 2025 é de moderação no ritmo de crescimento, diante da redução de estímulos e das condições financeiras mais apertadas.

Ainda assim, instituições como PicPay e Goldman Sachs projetam que o consumo continuará firme, sustentado pela alta da renda real, transferências a famílias de baixa renda e novos programas de crédito. A XP mantém a previsão de alta de 1,5% no PIB do 1º trimestre e crescimento de 2,3% para o ano.

 
 

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