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O presidente do conselho de administração do BTG Pactual, André Esteves, passará a integrar o conselho da Eneva, reforçando a crescente relevância da companhia de energia na estratégia do banco de investimentos. Com a movimentação, o BTG aumentará sua presença no colegiado da empresa, passando de três para quatro cadeiras entre as sete disponíveis.
Em fato relevante divulgado nesta sexta-feira (28), o BTG também anunciou a nomeação de Rodrigo Alves, sócio responsável por ativos de energia na área de private equity, para o conselho da Eneva. Em contrapartida, Felipe Gottilieb, que hoje ocupa uma das vagas como representante do banco, deixará o cargo para assumir uma posição no comitê financeiro da companhia. Os outros dois representantes do BTG, Renato Mazzola — que lidera a área de infraestrutura e private equity — e Barne Laureano, permanecerão no conselho.
A composição do novo conselho ainda inclui os nomes de Henri Philippe Reichstul, José Afonso Castanheira e Guilherme Bottura, indicados por acionistas minoritários. Já Marcelo Medeiros deixará o colegiado. A nova chapa será submetida à aprovação em assembleia geral marcada para o dia 30 de abril.
O avanço do BTG na governança da Eneva foi viabilizado pelo aumento da participação acionária do banco na companhia, que subiu de 38,3% para 48,5%. Esse movimento veio após a incorporação de quatro usinas termelétricas que antes eram controladas diretamente pelo BTG e que agora fazem parte dos ativos da Eneva. A operação incluiu um aporte de capital, consolidando a estratégia do banco de centralizar seus ativos de energia sob o guarda-chuva da empresa.
No mercado, a expectativa é que a Eneva participe de forma ativa dos próximos leilões de energia promovidos pelo governo federal, especialmente o previsto para 27 de junho, voltado a usinas termelétricas movidas a gás já existentes. O objetivo do certame é reforçar o fornecimento de energia no período noturno, quando as usinas solares deixam de operar.
Com a entrada de André Esteves no conselho e a maior influência do BTG na condução estratégica da empresa, analistas avaliam que a Eneva deverá adotar uma postura mais agressiva na expansão de seu portfólio, fortalecendo sua posição como uma das principais players do setor energético no Brasil.