Azul projeta queda da dívida e corte de frota após recuperação judicial nos EUA
Plano de reestruturação conta ainda com uma otimização de frota que prevê a redução de 35% no número de aviões

A Azul divulgou nesta quarta-feira (28) suas projeções financeiras e operacionais para os próximos anos, prevendo uma significativa redução em sua alavancagem e uma reestruturação na frota como parte do plano de recuperação judicial (Chapter 11) iniciado nos Estados Unidos. A companhia aérea estima que sua alavancagem financeira líquida — medida pela relação entre dívida líquida e Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e custos de leasing) — cairá de 5,1 vezes para 3 vezes ao final do processo.

A empresa ainda projeta que esse índice seguirá em trajetória de queda, chegando a 2,2 vezes em 2026 e a 1,7 vez em 2027. Essa melhora deve ser acompanhada por uma expressiva redução nas despesas com juros: de US$ 324 milhões atualmente para US$ 113 milhões após a reestruturação, US$ 85 milhões em 2026 e US$ 105 milhões em 2027.

Parte central da estratégia da Azul envolve a otimização de sua frota. A empresa pretende reduzir o número de aeronaves em cerca de 35%, o que permitirá manter um crescimento mais moderado na oferta de voos, com melhor uso de recursos, menor exposição cambial e custos operacionais mais controlados. A projeção atual é de encerrar o processo com 170 aeronaves, ante 201 anteriormente previstas. Para 2026, o novo plano prevê 172 aeronaves, bem abaixo das 218 estimadas no planejamento original.

As mudanças também impactam as expectativas de crescimento da companhia. A Azul revisou para baixo suas projeções de taxa composta de crescimento anual (CAGR, na sigla em inglês) de vários indicadores no período de 2025 a 2029. A estimativa de crescimento de receita caiu de 11,9% para 7,6%, a do Ebitdar de 14,3% para 10,5% e a da capacidade de voos (ASK) de 11,1% para 3,8%. Por outro lado, a expectativa para a receita por assento-quilômetro oferecido (RASK) foi elevada de 0,7% para 3,7%, indicando um foco maior na rentabilidade das rotas.

 

Com essa reestruturação, a Azul busca maior eficiência operacional e solidez financeira, reduzindo o peso da dívida em seu balanço e adaptando sua estrutura para um crescimento mais sustentável nos próximos anos.

redacao
Conta Oficial Verificada