Empresa da família Trump planeja levantar US$ 3 bilhões para investir em bitcoin
O plano inclui a emissão de US$ 2 bilhões em novos ativos e outros US$ 1 bilhão em títulos conversíveis

A Trump Media & Technology Group (TMTG), empresa de mídia controlada pela família do ex-presidente Donald Trump e responsável pelo aplicativo Truth Social, está planejando captar até US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bilhões) para investir em criptomoedas como o bitcoin. A informação foi revelada por fontes próximas à operação, que também apontam a possibilidade de o anúncio acontecer ainda nesta semana, durante um grande encontro de investidores e entusiastas de criptoativos em Las Vegas.

O plano inclui a emissão de US$ 2 bilhões em novos ativos e outros US$ 1 bilhão em títulos conversíveis. O movimento ocorre em meio ao aumento do interesse político e empresarial de Trump no setor de criptoativos. A administração do presidente tem prometido transformar os Estados Unidos na “capital mundial das criptomoedas”, estimulando uma nova onda de negócios e investimentos nesse mercado.

De acordo com fontes ouvidas pelo Financial Times, a demanda pela oferta foi tão forte nas últimas semanas que o volume inicial planejado foi ampliado. No entanto, os termos, valores finais e cronograma da operação ainda podem ser ajustados. O evento em Las Vegas contará com a presença de aliados próximos a Trump, como seus filhos Donald Jr. e Eric Trump, além do senador JD Vance e do empresário David Sacks, considerado um dos articuladores da estratégia cripto da família.

A TMTG divulgou uma nota crítica em resposta à reportagem do FT, afirmando que "aparentemente o Financial Times tem escritores idiotas ouvindo fontes ainda mais idiotas", sem fazer novos comentários. Procurados, representantes de Donald Trump Jr. e da Casa Branca também não se pronunciaram.

A estrutura planejada pela TMTG segue um modelo semelhante ao da MicroStrategy, empresa que viu seu valor de mercado disparar para mais de US$ 100 bilhões após adotar uma estratégia agressiva de aquisição de bitcoin financiada por meio de emissões de dívida e ações. As ações da TMTG, negociadas publicamente, fecharam a US$ 25,72 na sexta-feira, o que representa um valor de mercado de quase US$ 6 bilhões (R$ 34 bilhões).

O envolvimento da família Trump com ativos digitais não é novo. Já inclui o lançamento de cartões de troca NFT, criação de duas memecoins, investimentos em mineração de bitcoin pela American Bitcoin e participação na empresa de stablecoins World Liberty Financial. Agora, a TMTG também pretende lançar um fundo de índice (ETF) com foco em criptomoedas.

Na última semana, Trump organizou um jantar de gala privado com os principais investidores de sua memecoin em seu resort nos arredores de Washington, demonstrando seu engajamento direto com o universo cripto.

As corretoras ClearStreet e BTIG estão entre as que podem atuar como subscritoras da oferta, segundo fontes. Após ser reeleito presidente no ano passado, Trump transferiu sua participação de 53% na TMTG — hoje avaliada em cerca de US$ 3 bilhões — para um fundo revogável controlado por Donald Trump Jr., que detém poder exclusivo sobre decisões de investimento e voto nas ações da empresa.

Enquanto isso, o mercado de criptomoedas nos EUA vive um novo ciclo de euforia. No mês passado, um veículo de cheque em branco liderado por Brandon Lutnick, filho do secretário de comércio Howard Lutnick, fechou um acordo de US$ 3,6 bilhões com a Tether e a SoftBank para a criação da gestora de bitcoin Twenty One Capital. A Ripple também anunciou a compra da corretora Hidden Road, especializada em moedas digitais, por US$ 1,25 bilhão, reforçando a tendência de expansão institucional no setor.

Executivos do setor afirmam que uma nova onda de negócios semelhantes deve se intensificar nas próximas semanas, com forte apoio de grupos ligados à família Trump e ao atual governo dos Estados Unidos.

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