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Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) emitidos nas recentes duas semanas apresentaram uma rentabilidade superior à média observada no início do mês. Mesmo com a queda da Selic, os bancos intensificaram o volume de emissões e elevaram a remuneração dos títulos vinculados à inflação e pós-fixados.
Uma análise conduzida pela Quantum Finance, solicitada pelo InfoMoney, examinou 446 CDBs emitidos entre 13 e 26 de setembro, revelando que a remuneração média dos títulos associados à inflação aumentou nos dois prazos avaliados – 24 e 36 meses.
“O agravamento do cenário de juros nos Estados Unidos, junto às inquietações fiscais tanto lá quanto aqui, resultou em um incremento na aversão ao risco de maneira ampla, afetando adversamente as curvas, um movimento que se reflete nos títulos vinculados ao IPCA”, esclarece Ricardo Jorge, sócio da Quantzed.
No intervalo examinado pela Quantum, ocorreram decisões de juros no Brasil, Estados Unidos e China. No Brasil, o Banco Central sinalizou a continuidade do ritmo de reduções de 0,5 ponto percentual, enquanto o Federal Reserve (o banco central dos EUA, conhecido como Fed) indicou um aumento nos juros previsto para 2023.
A remuneração média dos CDBs vinculados à inflação com prazo de 24 meses avançou de 5,95% para 6,07% (IPCA+6,07%). O título com a maior remuneração, emitido pelo Haitong Brasil, apresentou um juro real de 6,45%.
Para os CDBs com vencimento em ao menos três anos, a taxa média registrou 5,92%, superior aos 5,41% apurados no levantamento anterior. O Haitong Brasil lançou um título que oferece 6,30% acima da inflação. Ao término do período examinado, o Tesouro IPCA+ 2026 – disponível somente no mercado secundário – apresentava taxa de 5,55%.
O volume de emissões de CDBs atrelados à inflação mais que duplicou, saltando de 43 para 88.
Segundo Marina Renosto, líder de alocação da Blackbird Investimentos, o cenário atual é favorável para investimentos em CDBs vinculados à inflação. “Estamos vendo um nível (de taxas) que era comum no início do ano, percebemos o momento atual como uma oportunidade para o investidor que tem espaço na carteira”, afirma a especialista em renda fixa.