Cronograma mais folgado de investimentos impostos por Basileia aliado a boa administração de nível de capital deixa possibilidade na mesa, dizem analistas

No final de 2023, o Itaú Unibanco (ITUB4) possui margem em suas finanças para oferecer um generoso presente de Natal aos seus acionistas: um dividendo substancial de caráter extraordinário, que poderia atingir R$ 14 bilhões.

Esta previsão foi feita por analistas da XP, que consideram que o banco terá um alívio em relação ao aumento da exigência de capital em 2025. Isso se deve ao fato de que a implementação das obrigações de risco operacional impostas por Basileia será gradual, estendendo-se por quatro anos, de 2025 a 2028.

Com um aumento de recursos em caixa, o Itaú teria a capacidade de incrementar o payout (percentual dos lucros da empresa distribuídos como proventos), uma possibilidade já mencionada anteriormente pelo CEO Milton Maluhy - contanto que o Índice de Capital Nível 1 da empresa se mantenha em 13,5%. Baseando-se nos dados financeiros e de capital do Itaú no fim do terceiro trimestre de 2023, o relatório de Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre indica que “existe a possibilidade de o Itaú anunciar o pagamento extraordinário de dividendos de até R$ 14 bilhões”.

Se isso acontecer, o Itaú poderia elevar o payout anual dos atuais 30% para 67,9%, baseando-se na estimativa de lucro de R$ 35,171 bilhões. O dividend yield (retorno de uma ação com base apenas nos proventos) mais do que dobraria, passando de cerca de 4% para 9%.

Os analistas salientam que os executivos do banco têm sido prudentes ao falar sobre a possibilidade de pagamento extra, por isso é compreensível que alguns investidores sejam céticos quanto a essa hipótese. No entanto, a XP considera a ideia factível, dada a sólida reputação do Itaú na gestão de seus níveis de capital e seu histórico de pagamento de dividendos expressivos – entre 2017 e 2019, a média de remuneração foi de 74,7%. Na semana passada, o Itaú anunciou seu cronograma de distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) para 2024, com um valor líquido de R$ 0,015 por ação.

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